sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DIÁRIO DE BORDO: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Após um período conturbado de Greve dos Docentes das IFEs, a UFAM retomou suas atividades... E antes mesmo de concluirmos o sétimo período, tivemos que iniciar a disciplina Estágio Supervisionado I, a fim de aproveitarmos os dois últimos meses de aula do ano letivo nas Instituições de Educação Infantil para realizarmos uma importante etapa do Estágio: Observação/participação em sala de aula.

...e essa é nossa turma de estágio... 
com uma das melhores orientadoras da FACED, 
Profa. MSc. Clotilde Tinoco Sales... 
A melhor turma o/

=>Abel, Keyla Laura, Vanilde, Dianne, Adriana, 
Ana Síria, Silvia Letícia, Clô e Martha 
(faltam Wanessa, Ellen e Franciane na foto).





terça-feira, 5 de julho de 2011

A RELAÇÃO DA CRIANÇA COM A NATUREZA E A SOCIEDADE: ENTRE O PROPOSTO E O PRATICADO

Martha Lima Reis (UFAM)
Maria Rosete Pantoja (UFAM)


RESUMO:

Este relato de experiência diz respeito ao Trabalho de Campo realizado no primeiro semestre de 2011 pelas turmas do 5º período do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas, na disciplina A Criança a Natureza e a Sociedade, em cinco centros municipais de Educação Infantil/CMEIs, na cidade de Manaus/AM, objetivando verificar a presença do eixo Natureza e Sociedade no âmbito escolar. “Natureza e Sociedade”, que reúne temas referentes ao mundo social e natural, se constitui em uma das linguagens da Educação Infantil propostas pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI. O trabalho foi solicitado a partir da leitura do RCNEI, com o intuito de estabelecer uma comparação entre aquilo que é proposto no documento e o que se vem praticando nas instituições visitadas.

Palavras-chave: Educação Infantil, Natureza e Sociedade, RCNEI.

INTRODUÇÃO
A Educação Infantil que, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (Lei 9394/96), é a primeira etapa da educação básica possui, atendendo às determinações da Lei, um material de auxílio na realização do trabalho educativo junto às crianças denominado Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI que se constitui em um documento elaborado pelo Ministério da Educação e do Desporto – MEC e faz parte de uma série de outros documentos pertencentes aos Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados pelo mesmo órgão competente.
O RCNEI, como material auxiliar, pretende apontar caminhos a serem seguidos em busca da qualidade, contribuindo, desta maneira, para que as crianças pequenas tenham um desenvolvimento integral, trabalhando suas identidades, percebendo e exercendo a capacidade de crescerem como cidadãos cujos direitos à Educação Infantil são reconhecidos. Representa um grande passo na busca de soluções educativas para a superação de todo um passado de “educação assistencialista” das creches e da tradicional antecipação da alfabetização das crianças da pré-escola.
O Referencial está organizado de forma a interrelacionar os diferentes eixos nele contidos, sugerindo o estabelecimento de relações entre os objetos de conhecimento a serem trabalhados: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade, Matemática e Identidade e Autonomia das crianças.
E é partindo do pressuposto de que o mundo onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de fenômenos naturais e sociais indissociáveis, o RCNEI propõe o trabalho de um eixo específico denominado Natureza e Sociedade, que visa ao desenvolvimento de atividades onde as crianças interajam com o meio natural e social em que vivem fazendo perguntas e procurando respostas para suas indagações.
O presente registro se apresenta objetivando um estudo sobre a relação da criança com a natureza e a sociedade, tendo em vista o que é proposto no RCNEI e o que se tem praticado nas instituições de Educação Infantil, pretendendo chegar a uma análise crítica da prática pedagógica que deve partir de um planejamento reflexivo, que contemple as múltiplas linguagens da criança, dentre elas a linguagem da natureza e sociedade.


A criança, a natureza e a sociedade
O eixo de trabalho Natureza e Sociedade contemplado no RCNEI reúne temas diversos sobre o cotidiano das crianças, sobre suas relações com a natureza e a sociedade, propondo que o trabalho seja feito de forma integrada. Sabemos, porém, que alguns conteúdos das Ciências Humanas e Naturais sempre estiveram presentes na composição dos currículos e programas de educação infantil, contudo sempre foram tratados de forma desvinculada de suas relações com o cotidiano.
E nessa quebra de relação com o cotidiano, são negadas informações valiosas por meio das quais as crianças poderiam refletir sobre paisagens variadas, modos distintos de ser, viver e trabalhar dos povos, histórias de outros tempos que também fazem parte da sua história, como encontramos enfatizado no documento:

O eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade reúne temas pertinentes ao mundo social e natural. A intenção é que o trabalho ocorra de forma integrada, ao mesmo tempo em que são respeitadas as especificidades das fontes, abordagens e enfoques advindos dos diferentes campos das Ciências Humanas e Naturais. (BRASIL, 1998, p.163)

Algumas escolas valorizam apenas atividades com festas no calendário nacional, como o Dia do soldado, Dia das mães, entre outras. As crianças, além de serem obrigadas a se vestirem a caráter, são submetidas à realização de atividades muito cansativas e monótonas como, por exemplo, pintura de desenhos mimeografados e não é dada a devida atenção aos temas a serem explorados. Essa problemática é discutida pelo RCNEI, a partir do trecho a seguir:
Apesar de certas ocasiões comemorativas propiciarem aberturas para propostas criativas de trabalho, muitas vezes os temas não ganham profundidade e nem o cuidado necessário, acabando por difundir estereótipos culturais e favorecendo pouco a construção de conhecimentos sobre a diversidade de realidades sociais, culturais, geográficas e históricas. (BRASIL, 1998, p.165)

Outrossim, o aprendizado em torno do tema Espaço e Tempo, presente no Eixo, é muito rico quando se é trabalhado em função daquilo que tem significado para a criança. O professor precisa estar atento às pistas que as crianças deixam sobre o que tem um real significado em suas vidas, considerando que todo e qualquer tema a ser discutido hoje em sala de aula terá suas peculiaridades; nem mesmo falar de família hoje é fazer referência à maioria da turma, já que a sociedade vem passando por um grande processo de transformação, inclusive em sua estrutura básica, que é a família.
Algumas escolas, senão a maioria apresenta como eixo Natureza e Sociedade um estudo parcial do corpo humano e de alguns seres vivos. Ao fazer isso, a escola está desconsiderando a capacidade que a criança tem de explorar o meio onde está, a curiosidade de formular perguntas e tirar dúvidas; ou seja, acaba frustrando perspectivas de um melhor desenvolvimento do indivíduo.
É de fundamental importância que a criança pequena tenha contato e comece a ser ensinada a respeito dos acontecimentos que são vivenciados ao redor do mundo. Ao ser inserida num assunto desconhecido, novo em seu reduzido vocabulário, a criança sente a necessidade de indagar, surgem dúvidas diante do desconhecido. E o adulto (o professor) é responsável por ajudar a encontrar todas as respostas possíveis. E o Referencial ainda enfatiza que:
É importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. (BRASIL, 1998, p. 166).

Sendo assim, o professor torna-se um mediador no processo de desenvolvimento também cognitivo que já se inicia na Educação Infantil por meio dessa interação social proporcionada durante esses contatos, conduzindo a aprendizagem das crianças, visando sempre ao pleno desenvolvimento de suas múltiplas linguagens, permitindo que a criança se expresse livremente.


A presença do eixo natureza e sociedade na sala de aula
Este relato de experiência diz respeito ao Trabalho de Campo realizado no primeiro semestre de 2011 pela turma do 5o período de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas, na disciplina A Criança a Natureza e a Sociedade, em cinco centros municipais de Educação Infantil/CMEIs, na cidade de Manaus/AM, objetivando verificar a presença do eixo Natureza e Sociedade no âmbito escolar.
Na coleta dos dados utilizou-se a entrevista e a observação estruturada, através de um roteiro de observação e questões previamente elaboradas. Foram entrevistadas 15 professoras e observadas turmas do maternal ao 2o período - crianças de 03 a 05 anos. O trabalho foi solicitado a partir da leitura do RCNEI, com o intuito de estabelecer uma comparação entre aquilo que é proposto no documento e o que se vem praticando nas instituições visitadas.
Durante as visitas e entrevistas realizadas nos CMEI’s, foi-nos possível observar e elaborar alguns registros a partir de um roteiro de observação contemplando as questões: sala de aula, material utilizado, professores, conteúdos trabalhados, relevância do RCNEI para a Educação Infantil e abordagem metodológica e suas relações como Referencial.
O ambiente da sala de aula, segundo o RCNEI, deve ser adequado e sujeito a modificações propostas pelas crianças e professores em função das atividades desenvolvidas: “Nas salas, a forma de organização pode comportar ambientes que permitem o desenvolvimento de atividades diversificadas e simultâneas, como, por exemplo, ambientes para jogos, artes, faz-de-conta, leitura etc.” (BRASIL, 1998, p. 69).
Sob esse olhar, identificamos o espaço físico como inadequado. Salas pequenas cheias de mesas e cadeiras sem possibilidades de se desenvolver qualquer atividade motora que necessite de espaço. Há um “cantinho da leitura”, também denominado “cantinho da história” em algumas das escolas, onde estão expostos, fora do alcance das crianças, alguns livros de literatura infantil.
Ainda sobre o espaço físico, no que se refere à decoração, o mesmo é preparado e ornamentado com desenhos de animais e plantas que evidenciam aspectos da natureza, contudo é possível afirmar que tudo foi feito por adultos e não pelas crianças. Quanto à acessibilidade dos materiais em sala, ficam distantes das crianças, fora de seu campo de visão.
Quanto ao espaço específico para o ensino de Ciências na sala de aula, nenhuma das salas visitadas possui um espaço específico para o que o Referencial chama de “Cantinho da Ciência”. Há painéis nos corredores das escolas, mas em alturas inadequadas, acima do campo de visão da criança pequena, o que também é criticado pelo documento que enfatiza que todo o material exposto deve estar acessível ao campo de visão das crianças.
Sobre o material utilizado para trabalhar o Eixo Natureza e Sociedade, percebemos que 90% (noventa por cento) das professoras desenvolvem um trabalho com desenhos, histórias por meio de recursos visuais, músicas sobre animais e plantas e as relações sociais. Consideramos este aspecto como positivo em relação à proposta do Referencial, pois dessa forma as professoras despertam o interesse e a curiosidade das crianças mediante tais recursos.
Algumas professoras de turmas do 2o período (crianças de cinco anos) relataram que costumam fazer passeios para conhecer a comunidade, o bairro e instituições que tratam do meio ambiente, como por exemplo, o INPA. Segundo o RCNEI, as crianças apresentam mais facilidade de aprendizado diante da coleta de dados, durante investigações, portanto, eis outro aspecto positivo observado.
Outro ponto de observação do roteiro referia-se aos professores, no que tange ao seu trabalho se basear ou não no RCNEI, quais seriam os conteúdos contemplados no Eixo Natureza e Sociedade presentes em seu plano de ensino e metodologias utilizadas. No relato das entrevistadas, é possível verificarmos que a maioria desconhece o RCNEI, portanto, não fundamentam sua prática a partir do referencial.
Quanto aos conteúdos trabalhados, observou-se também que há um distanciamento entre o que se ensina e o cotidiano das crianças. A proposta do RCNEI é que as noções relacionadas aos seres vivos e ao corpo humano devem ser construídas de maneira a considerar o conhecimento e as idéias que as crianças já possuem e não como vem sendo trabalhado nas escolas visitadas, como sendo o tema principal e/ou único do eixo.
Os conteúdos apresentados no RCNEI “deverão ser organizados e definidos em função das diferentes realidades e necessidades, de forma a que possam ser de fato significativos para as crianças” (BRASIL, 1998, p. 177). Portanto, o contato com animais, cuidar de plantas e acompanhar seu crescimento são assuntos práticos para crianças de 0 a 3 anos (zero a três anos). Já para as de 4 a 6 anos (quatro a seis anos), deve-se trabalhar como conteúdos os seguintes temas: a organização dos grupos e seu modo de ser, viver e trabalhar; os lugares e suas paisagens; objetos e processos de transformação; os seres vivos e; os fenômenos da natureza
É também orientada a realização de projetos envolvendo esses temas, o Referencial ressalta que “A elaboração de projetos é, por excelência, a forma de organização didática mais adequada para se trabalhar com este eixo, devido à natureza e à diversidade dos conteúdos que ele oferece e também ao seu caráter interdisciplinar” (BRASIL, 1998, p. 201).
Sobre a relevância do Eixo para a Educação Infantil, as professoras entrevistadas foram unanimes em afirmar que “Natureza e Sociedade” é de fundamental importância, “uma vez que os assuntos do eixo estão presentes no cotidiano das crianças e faz-se necessário desenvolver um trabalho baseado no que as crianças já conhecem.” Apesar do discurso, foi constatado, por meio de entrevista com as crianças e no planejamento, que apenas 20% (vinte por cento) das entrevistadas realmente consegue relacionar o cotidiano das crianças aos assuntos na sala de aula.
Referente às metodologias utilizadas, a cada conteúdo sugerido para trabalho no eixo, encontramos no RCNEI orientações didáticas sobre os procedimentos de ensino. Há também orientações gerais para os professores, onde podemos encontrar sugestões de trabalhos a serem realizados em sala como, por exemplo, “sair para um passeio na região próxima à instituição após uma pancada de chuva, para observar os efeitos causados na paisagem” (BRASIL, 1998, p. 191).
No registro das atividades das crianças, a maioria das professoras entrevistadas sistematiza os trabalhos em portfólios e/ou blocos de atividades que ficam expostos pela sala (fora do alcance das crianças). A proposta do Referencial é que o registro das atividades seja realizado de maneira inovadora e criativa, confeccionando-se, com as crianças, álbuns, diários ou cadernos de anotações, como vemos no trecho a seguir:
O registro pode ser apresentado em diferentes linguagens e formas: textos coletivos ou individuais, murais ilustrados, desenhos, maquetes, entre outros. A sistematização acontece não só ao final do processo, mas principalmente no decorrer dele. É possível planejar situações em que os resultados de uma pesquisa de um grupo de crianças possam ser socializados também para outros grupos da instituição. Nesse momento, as crianças recuperam todas as etapas do processo vivido para poderem construir seu relato sobre ele, selecionam materiais a serem expostos e decidem sobre a configuração da mostra (BRASIL, 1998, p. 1998).

Vale ressaltar que as formas de registros sugeridas pelo RCNEI devem ser feitas no decorrer do processo de ensino e aprendizagem e, principalmente, deve conter marcas das crianças. Todos os trabalhos e registros devem ser feitos, não para, mas com a criança, tendo em vista o que nos afirma Piaget sobre a Infância ser o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano. Partindo desse pressuposto, entendemos que qualquer que seja o esforço do professor, sempre o que for feito pela criança terá maior valor para ela.


Considerações finais
Ao refletir sobre as abordagens que o RCNEI nos traz em relação às metodologias, aos conteúdos, à sistematização das produções e principalmente dos trabalhos e conhecimentos a serem construídos e, comparando com a realidade das escolas visitadas na cidade de Manaus – que, sem dúvida, é reflexo da Educação no Brasil – podemos perceber quão distante está à prática de toda a teoria que fundamenta o fazer pedagógico.
Portanto, o professor precisa ter como principal objetivo de seu trabalho pedagógico sobre o Eixo Natureza e Sociedade, uma maior apropriação da criança pelo conhecimento do meio natural e social em que vive, de acordo com suas capacidades de explorar e criar e suas inúmeras experiências de vida. Com isso, ele aproxima a criança da diversidade cultural e social, concebendo a mesma como um cidadão em formação, participante de uma sociedade plural que exige uma postura crítica diante de qualquer ação; postura essa que pode começar a ser construída desde a Educação Infantil.
Por isso a importância de se buscar a qualidade para o trabalho desenvolvido: “A busca da qualidade do atendimento envolve questões amplas ligadas às políticas públicas, às decisões de ordem orçamentária [...]” (BRASIL, 1998, p. 14). Esta é a parte que cabe ao Estado suprir, contudo, há uma parte essencial que cabe à escola, sob a responsabilidade, principalmente, do professor: realizar um bom trabalho tendo em vista o conteúdo referente às ciências Naturais e Sociais.
Por fim, consideramos que o trabalho de campo realizado proporcionou uma reflexão acerca do nosso maior desafio junto às crianças da Educação Infantil, que é partir de um planejamento reflexivo, que contemple as múltiplas linguagens da criança, dentre elas a linguagem da natureza e sociedade.

Referências

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

______________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. V. I.

______________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. V. III.


CURY, Ana Cristina; MARRETO, Geovani (org). Fundamentos teóricos e metodológicos de ciências humanas e sociais na educação infantil. Curitiba: Fael, 2010.

FURASTÉ, Pedro Demo. Normas técnicas para o trabalho científico: explicitação das normas da ABNT. 15. ed. Porto Alegre: s. n., 2009.

VALLE, Luciana de Luca Dalla. Fundamentos teóricos e metodológicos das ciências naturais na educação infantil. Curitiba: Fael, 2010.


Sobre as autoras:

MARTHA LIMA REIS
Acadêmica do 5o período de Pedagogia, na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas. Está vinculada ao Grupo de Pesquisa “Gênero, Trabalho e Educação” da UFAM. Bolsista de Iniciação científica, sob orientação da Profa. Msc. Silvia Conde. Integrante ativa do Centro Acadêmico de Pedagogia/2011. Participou de monitoria nos anos de 2009 e 2010, com participação em eventos.

MARIA ROSETE PANTOJA
Acadêmica do 5o período de Pedagogia na Universidade Federal do Amazonas. Possui produções sobre educação especial: “Transtornos mentais” e “Autismo”, orientados pelo Prof. Dr. Thomé Tavares. Participou de Seminários e do Projeto “Pedagogia que Cura”, do curso de Pedagogia semipresencial da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Integrante do Centro Acadêmico de Pedagogia - 2011.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

20 de maio: Dia do Pedagogo \o/\o/\o/












Nosso dia foi comemorado em grande estilo na Faculdade de Educação - FACED/UFAM.


O Centro Acadêmico de Pedagogia - CAPe: Pedagogia Comanda - promoveu na sexta, 20 de maio, um dia cheio de manifestaçoes culturais para celebrar (e fazer pensar) sobre a Educação da Creche ao Ensino Superior no Brasil.






Criamos um Mural de reivindicações e reflexões sobre a Educação e sobre o nosso curso também. A parcipação dos acadêmicos foi além das nossas expectativas.








Contamos com a participação e apresentação das turmas de 1, 3, 5 e 7 períodos e quase todos os nossos Mestres e Doutores. Enfim, foi um rico espaço de discussões e reflexões por meio da música, de dramatizações e até mesmo pronunciamentos dos colegas de curso e professores.





Esse dia entrou para a História do CAPe: Pedagogia Comanda 2011!

\o/\o/\o/




Que venha nossa SEMAPE/2011


\o/

*Ficam meus sinceros agradecimentos a todos e todas que fizeram parte e nos ajudaram a construir esse dia! Citar nomes será injustiça, mas devo ressaltar que o CAPe mostrou 'pra que veio'...
Vamos nessa, Centro Acadêmico!


(Orgulho de fazer parte\o/)
Pedagogia Comanda!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"A VERGONHA"

"Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB"

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo coheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver esse programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, héteros... todos na mesma casa, a casa dos "heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um "zoológico humano divertido". Não sei se será divertido, mas parece bem variado na mistura de clichês e figuras típicas.
[...]
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadissimas porque nao tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
[...]
O Biga Brother nao é um programa cultural, nem educativo, nao acrescenta informação e conhecimento intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e nao há qualquer outro estímulo como por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao fim do programa, o "escolhido" receba um milhao e meio de reais. E ai vem um psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por tra$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhoes de pessoas ligarem a cada paredão, como o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhoes e setecentos mil reais. Eu vou repetir: OITO MILHOES E SETECENTOS MIL REAIS a cada paredão.
[...]
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhoes de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mario Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar, ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins..., telefonar para um amigo..., visitar os avós, pescar..., brincar com as crianças..., namorar... ou simplismente dormir? Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e detruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

Obs.: Não há confirmação de que são palavras de Luis Fernando Veríssimo

(texto na íntegra disponível em http://embrasilia24horas.blogspot.com/2010/03/bbb-10-luiz-fernando-verissimo.html )

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O enterro do "NÃO CONSIGO"

Esta história foi contada por Chick Moorman, e aconteceu numa escola primária do Estado de Michigan, Estados Unidos.
Ele era um supervisor e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados. Um dia,viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou:
- Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com ideias e pensamentos.
Uma aluna de 10 anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de "NÃO CONSIGOs".
*"NÃO CONSIGO chutar a bola de futebol além da segunda base"
*"NÃO CONSIGO fazer divisões longas com mais de três números"
*"NÃO CONSIGO fazer com que Debbie goste de mim"
- Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que nao conseguiam fazer.
*"NÃO CONSIGO fazer flexões"
*"NÃO CONSIGO comer um biscoito só"
- A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo e percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma lista de "NÃO CONSIGOS".
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.
Os estudantes escreveram por mais de dez minutos. A maioria encheu uma página. Alguns começaram outra.
Depois de algum tempo, os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos vazia, que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, Donna acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram. E eu segui os alunos.
Logo a frente, a professora entrou na sala do zelador e saiu com uma pá. Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos ate o canto mais distante do playgraund. Ali, começaram a cavar. Iam enterrar seus "NÃO CONSIGO!".
Quando a escavação terminou, a caixa de "NÃO CONSIGOS" foi depositada no fundo e rapidamente coberta com terra.
Trinta e uma crianças de dez e onze anos de idade permaneceram de pé, em torno da sepultura recém cavada. Donna então proferiu louvores:
-"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do "NÃO CONSIGO". Enquanto esteve conosco aqui na terra, ele tocou a vida de todos nós, de alguns mais do que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública, escolas, prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na Casa Branca. Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lapide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs "EU CONSIGO", "EU VOU", EU VOU IMEDIATAMENTE". Que "NÃO CONSIGO" possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém!"
- Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição. A atividade era simbólica: uma metáfora da vida. O "NÃO CONSIGO"estava enterrado para sempre. Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de volta a sala e promoveu uma festa. Como parte da celebraçao, Donna fez uma faixa e escreveu as palavras "NÃO CONSIGO" no topo, "DESCANSE EM PAZ" no centro, e a data embaixo. A faixa ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano.
Nas raras ocasiões em que o aluno esquecia e dizia "NÃO CONSIGO", Donna simplesmente apontava o cartaz "descanse em paz". Os alunos lembravam-se que "NÃO CONSIGO" estava morto.
Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ainda assim,naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase 'NÃO CONSIGO', vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos, eu também me lembro de que "NÃO CONSIGO" ESTÁ MORTO!

Nao perca tempo... trate de enterrar seus "NÃO CONSIGO" vale a pena! Há tanta coisa que deixamos de conquistar na vida por causa do "nao consigo". Devemos ensinar isso aos pequenos que estao aos nossos cuidados! Vamos fazer a diferença na vida de nossos alunos!

Se um cachorro fosse seu professor...

Se um cachorro fosse seu professor
Você aprenderia coisas assim:
Quando alguém que você ama chegar em casa, corra ao seu encontro;
Nunca perca uma oportunidade de ir passear de carro;
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto;
Mostre aos outros que estão invadindo seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar;
Corra, pule e brinque todos os dias;
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolver a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante liquido e deite debaixo da sombra de uma árvore;
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo;
Não importa quantas vezes o outro lhe magoe, não se sinta culpado... volte e faça as pazes.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Alimente-se com gosto e entusiasmo e coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
Se você quiser deitar embaixo da terra, cave fundo até conseguir.
E o mais importante de tudo:
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio; fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
"A amizade verdadeira nao aceita imitações"

E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE, DIZEM, É IRRACIONAL...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eu ensinei a todos eles.


"Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre outros, um assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era um menino tranquilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus olhos azuis-claros; o evangelista era o menino mais popular da escola, liderava as brincadeiras dos jovens; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava uma risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um jovem alegre com uma canção nos lábios; e o imbecil, um animalzinho de olhos mansos, que procurava as sombras.
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong Kong; o ladrão, se ficar na ponta dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia municipal; e o pequeno imbecil, de olhos mansos de outrora, bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.
Todos estes alunos outrora sentaram-se em minha sala, e me olhavam gravemente por cima de mesas marrons. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos - ensinei-lhes o plano ritmico do soneto elisabetano, e como diagramar uma sentença complexa." (PULLIAS, E.V. e YOUNG, J. A Arte do magistério. Rio de janeiro: Zahar, 1970. p. 48)






Lendo a frase final do texto: "Eu devo ter sido muito útil para esses alunos. Ensinei-lhes o plano ritmico do soneto elisabetano, e como diagramar uma sentença complexa" faz-nos repensar em qual tem sido nosso papel como educadores dentro de nossas escolas. Estamos preparando nossos alunos para simplesmente passarem nos vestibulares ou estamos preparando para a vida?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

filme: Escritores da Liberdade


Quem ainda não assistiu esse filme... não sabe o que está perdendo!


Guerra, violência... São as palavras que descrevem o inicio do filme que narra a história de jovens negros excluidos da sociedade e uma professora disposta a fazer o seu trabalho, custe o que custar.

Não vou narrar o filme, pois acredito ser bem mais interessante que cada um assista... mas ficam meus comentários...


Persistir, mesmo que pareça impossível, foi o que aprendi com a história a que assisti! Pude ver naquela professora uma pessoa determinada a cumprir o seu dever, mesmo que isso incluisse cumprir o dever de outros também.
A realidade que vivemos necessita de pessoas determinadas. Pode soar utópico, mas nossas escolas estão gritando por professores que tenham coragem de cumprir seu dever, não fazer apenas o que o sistema educacional manda, mas educar realmente.

Estamos escrevendo um artigo na disciplina História da Educação II, e o que decidi escrever foi sobre a questão da Democratização da escola pública (assunto muito discutido no Brasil hoje: "ESCOLA PARA TODOS"), mas do que adianta termos "escola" para todos se essas escolas não funcionarem como devem?

Enfim, só teremos uma sociedade mais justa, ou, menos desigual, quando alunos forem pequenos à escola e saírem de lá grandes cidadãos críticos diante de suas realidaddes. Esse filme trouxe uma grande reflexão e lição para minha vida... espero que, após serem tocados por essa linda história, possam refletir sobre!

Boa reflexão!